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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

PINTURA

A pintura do estilo nouveau, assim como as artes gráficas, também foi claramente influenciada pela cultura japonesa, inclusive, novamente, sob o nome de Toulouse-Lautrec. O quadro Circo Fernando é, talvez, a obra que melhor representa a presença de traços nipônicos, a exemplo da composição oblíqua divisionista e do uso de tintas lisas.



O palhaço que faz momices, a esquerda, o seu colega de pé no patamar da escada,
ao fundo, assim como os espectadores nas bancadas são cortados drasticamente
pelos contornos da composição – também isso é um processo “japonês”. (ARNOLD,
2005, p. 22)


A temática da vida cortesã, imbuída de sensualidade, expressividade e erotismo, também é um elemento inspirado na produção artística japonesa.
A produção de Gustav Klimt também revela vários traços nipônicos, como por exemplo o uso de padrões “têxteis”, o contraste das figuras com o espaço vazio, em geral em tons claros, a expressividade, a sensualidade, a retratação de figuras femininas, a fluidez, a simplificação bidimensional, as deformações, a delicadeza e o uso de cores sóbrias e lisas e também de curvas sinuosas.
[...] evitou a falta de fluidez das obras acadêmicas utilizando de uma disposição altamente engenhosa e imaginativa das formas em suas composições. Suas figuras aparecem entrelaçadas em complicados padrões-corrente, ou reclinando-se de modo espetacular, ou em ângulos oblíquos de um lado a outro da composição. (Barilli, 1991, p. 107)




Pinturas japonesas

O quadro O Banho de Mary Cassat também apresenta essa composição oblíqua, além de fazer uso também de formas simplificadas e de composições planas, conforme a análise de Janson (1989).


O quadro Visão após o sermão: Jacob lutando contra os anjos também está imbuído de elementos nipônicos. Segundo França (1987), a obra é caracterizada pela autonomia formal, pela síntese, pelo uso de planos coloridos e de um grafismo nitidamente inspirado nas xilogravuras japonesas. Walther (2005) complementa esta análise apontado o claro divisionismo presente na obra, que separa dois grupos de figuras que atuam de forma contraditória na tela. Já Janson (2001), aponta o linearismo e a organização espacial como elementos japoneses marcantes na obra.


A composição plana presente nas estampas nipônicas também está presente no quadro Nabi trés japonard de Bonnard, no qual também são perceptíveis o contraste da figura com o espaço vazio, em tom claro, como também o forte contorno que delimita a área da figura.

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