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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

ARTES GRÁFICAS

As artes gráficas são provavelmente a manifestação artística na qual as influências japonesas de processam de forma mais nítida e intensa na produção do Art Nouveau, principalmente sob a forma de cartazes e ilustrações de revistas e livros.
Este movimento de ilustração de revistas e livros foi então acompanhado pela expansão do cartaz

[...] o “cartaz artístico” foi visto como uma forma de “democratização”: “a arte deve ser acessível a todos [...] e para atingir esse fim deve descer à rua e cruzar no seu caminho os milhares de trabalhadores que não podem consagrar-lhe tempo nem dinheiro. Esta idéia [...] dá conta da importância artística e social atribuída a um novo e incrementado veículo publicitário que já era objeto de exposições, de coleções [...], de álbuns [...], de livros [...], de revistas especializadas [...] (FRANÇA, 1987, p. 184)

Um dos principais expoentes dessa vertente gráfica foi Toulouse-Lautrec, cujos cartazes foram fortemente influenciados pelas xilogravuras japonesas. Segundo Arnold (2005), os elementos nipônicos presentes nas obras de Lautrec são os contornos acentuados, as estilizações, a simplificação das formas, a ausência de sombras, uso de linhas diagonais na composição e arabescos decorativos, como também de deformações para conferir maior expressividade às obras. Harris (1981) complementa esta lista de influências com o estilo linear, o uso de cores brilhantes lisas e de cortes na composição.




Segundo Harris (1981), o cartaz O baile de Moulin Rouge apresenta nítidos traços nipônicos como os contornos audaciosos, as vastas áreas de cor lisa, a qualidade caricatural e dos detalhes. Complementando este enfoque Arnold (2005) também aponta a composição diagonal, o deslocamento do ponto de fuga, a acentuada simplificação bidimensional e o contraste das figuras com o fundo claro. O cartaz Troupe de Mlle Églantine também segue as mesmas tendências niponizantes.



Os cartazes Reine de Joie e Jane Avril Jardin de Paris também compartilham das mesmas características, apresentando, no entanto, cores mais acentuadas.
Outro artista importante do campo das artes gráficas foi Aubrey Beardsley (1872-98), cujas refinadas ilustrações em preto e branco deveram muito às gravuras e às estampas eróticas japonesas e, em certa medida ao teatro kabuki.. Suas obras para a revista Yellow Book talvez sejam as suas mais memoráveis. A forte estilização, a perspectiva obtida por meio de planos, a ausência do sombreamento, o cunho caricatural, a simplificação das formas, os recortes de imagem, a expressividade são as características nipônicas mais facilmente identificadas nessas ilustrações para a Yellow Book.



Outra importante obra do mesmo autor é a ilustração Salomé feita para Oscar Wilde. O erotismo e a decoração curvilínea são alguns dos elementos nipônicos presentes nesta obra, além daqueles encontrados nas ilustrações da Yellow Book.

De acordo com Barttrrsby (1985), o cartaz Loie Füller de Manuel Orazi é também uma notável obra gráfica da época, apresentando uma forma alongada semelhante ao kakemono japonês (pintura comprida e estreita em seda, pendurada verticalmante) e empregando emblemas familiares japoneses.

Outro importante artista gráfico da época é Georges de Feure, cuja produção apresenta nítidos traços nipônicos. A composição das figuras em planos sem sombreamento, a sobriedade, as curvas sinuosas, a estilização, os contornos marcantes, a retração de figuras femininas e da natureza e o uso de arabescos decorativos talvez sejam as características japonesas mais marcantes nas de Feure.


A semelhança da vestimenta, o uso de padrões têxteis e o contraste das figuras com o espaço vazio da composição também são elementos que aproximam as obras abaixo com a produção artística japonesa.





Alfons Mucha também teve sua produção gráfica fortemente influenciada pelo Japão. Segundo Barilli (1991), “sua arte possuía muito pouco do espírito sintético; ele tinha um talento especial para desenhos de mulheres belas e com fartos enfeites, ornados com um esplendor oriental”. (p. 101) Além de compartilhar dos elementos nipônicos presentes nas obras dos outros artistas já mencionados, Mucha faz uso, no entanto, de forma mais intensa da temática feminina e naturalizante, dos arabescos requintados, dos tons mais sóbrios, dos contornos mais fortes e das cores lisas em composições nitidamente bidimensionais.

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